Este exercício serve como prelúdio à leitura do Livro I da República, desempenhando o papel de problematizar alguns dos temas tratados no texto de Platão.
De acordo com sofista Trasímaco, a Justiça "não é outra coisa senão a conveniência do mais forte".
Diz ele: "Certamente que cada governo
estabelece as leis de acordo com a sua conveniência: a democracia, leis
democráticas; a monarquia, monárquicas; e os outros, da mesma maneira.
Uma vez promulgadas essas leis, fazem saber que é justo para os
governos aquilo que lhe convém, e castigam os transgressores, a título
de que violaram a lei e cometeram uma injustiça. Aqui tens, meu
excelente amigo, aquilo que eu quero dizer, ao afirmar que há um só
modelo de justiça em todos os Estados - o que convém aos poderes
constituídos. De onde resulta, para quem pensar corretamente, que a justiça é a mesma em toda parte: a conveniência do mais forte." (339a)
Opondo-se a essa idéia, Gláucon pergunta a Sócrates: "não te parece que
há uma espécie de bem em si mesmo, que gostaríamos de possuir, não por
desejarmos as suas conseqüências, mas por estimarmos por si mesmo?"
(357a)
Escreva um texto comentando a distinção entre esses pontos de vista e
abordando a questão sobre se existe um bem em si ou se bem é apenas uma
questão de conveniência determinada pelas estruturas de poder de uma
sociedade.